terça-feira, 27 de março de 2012

A atividade experimental


A leitura que a criança faz dos fenômenos naturais, das interações e das transformações no ambiente pode ter uma lógica diferente da lógica da ciência. Essa forma usada pela criança para dizer o que entende e como explica essas questões, denominadas conhecimentos intuitivos, ideias prévias ou concepções alternativas, deve ser o ponto de partida para maior sistematização do ensino de ciências na escola.

É importante que o aluno perceba que as ideias que ele apresenta podem ser insuficientes para explicar os fenômenos, mesmo que inicialmente lhe satisfaça a curiosidade, sendo necessário redimensionar suas explicações.

As intervenções e a postura do professor são imprescindíveis e determinantes. O professor deve estimular o questionamento das situações e as interpretações apresentadas pelos alunos, para que eles sintam necessidade de rediscuti-las, reconstruí-las ou ampliá-las.

A problematização busca promover a mudança conceitual. O aluno não abandona elementos substanciais do conceito anterior, enquanto incorpora, gradualmente, novo conceito. A aprendizagem, não se dará por substituição do conceito anterior, mas por reestruturação das leituras significativas realizadas pela criança, com base na percepção de que o seu modelo não é suficiente para explicar a situação problematizada e situações futuras.

É importante, que o professor respeite a construção do conhecimento pelo aluno, permitindo, durante o seu processo de escolarização, que não termina no ano em curso, que ele amplie sua visão e as explicações sobre temas em estudo, num processo permanente de confronto entre diferentes ideias. Para isso, é desejável que várias estratégias e recursos didáticos sejam utilizados pelo professor. Cabe-lhe selecionar os conteúdos e as estratégias de ensino que serão utilizadas em sala de aula, pensando em situações para apresentar o problema inicial, como motivar o estudo do tema, verificar o que os alunos já sabem a respeito do tema ou outros conhecimentos a eles relacionados, que recursos utilizar para tornar a aula mais interessante e motivadora.

Considerando questões pertinentes à organização e à preparação de suas aulas, apresentamos, a seguir, algumas reflexões sobre a atividade experimental que, quando bem planejada, constitui um excelente recurso didático para investigação dos fenômenos naturais e iniciação cientifica dos alunos.

A experimentação favorece os questionamentos e a busca pelo conhecimento, permitindo a inter-relação do aprendido com o que é visto na realidade. Isso requer do professor sensibilidade, senso de observação e metodologias adequadas para que as crianças, cheias de vontade, curiosidade e dotadas de conhecimentos, concepções e representações prévias, sejam orientadas na construção de novos conhecimentos de forma plausível, inteligível e frutífera.

Muitas vezes, a atividade experimental constitui-se de um protocolo ou guia preestabelecido para demonstrar o fenômeno que se quer observar. Essas demonstrações podem ser coletivas, quando envolvem materiais perigosos ou quando não há material disponível a todos.

Segundo o PCN - Ciências Naturais (1997),

Nesse caso, considera-se que o professor realize uma demonstração para sua classe, e a participação dos alunos resida em observar e acompanhar os resultados. Mesmo nas demonstrações, a participação dos alunos pode ser ampliada, desde que o professor solicite a eles que apresentem expectativas de resultados, expliquem os resultados obtidos e compare-os ao esperado. (BRASIL, 1997)

Dentro dessa perspectiva uma atividade experimental deve ter os objetivos definidos e explicitados tanto para o professor como para os alunos, que devem participar da atividade expressando previsões dos resultados, explicações do ocorrido e comparações com o resultado previsto. As experimentações realizadas devem ser de tal modo que promova uma participação ativa e curiosa das crianças, possibilitando-lhes o prazer de fazerem descobertas pelo próprio esforço.

Ainda segundo o PCN - Ciências Naturais (1997),

Os desafios para experimentar ampliam-se quando se solicita aos alunos que construam o experimento. As exigências quanto à atuação do professor, nesse caso, são maiores que nas situações precedentes: discute com os alunos a definição do problema, conversa com a classe sobre materiais necessários e como atuar para testar as suposições levantadas, os modos de coletar e relacionar os resultados. (BRASIL, 1997)

A atividade experimental, nesse caso, envolve a problematização e torna-se ainda mais desafiadora, supondo um planejamento conjunto entre professor e alunos. Juntos, eles definem o problema, levantam o material necessário,elaboram o protocolo ou guia, discutem as hipóteses sobre o resultado esperado e analisam esse resultado, comparando-o com as hipóteses iniciais, redimensionando a atividade. Sob essa perspectiva, não existe atividade experimental que não dê certo. A cada resultado, as variáveis serão estudadas e reinterpretadas no contexto de estudo e de pesquisa. Uma atividade assim desenvolve a percepção sensorial da criança, permitindo-lhe investigar fatos por meio do que foi vivenciado.

Ao planejar uma atividade experimental com os seus alunos, é interessante pedir-lhes que registrem o objetivo da experimentação, o que vão fazer, que materiais serão utilizados, quais as previsões de resultados e o que poderá acontecer.

A participação de alunos e professor no planejamento e realização das atividades experimentais possibilita avanços nos conhecimentos anteriores. As atividades experimentais não constituem um recurso autoexplicativo, dependem da mediação do professor que detém o conhecimento em discussão de maneira mais elaborada.

Existem várias orientações para o desenvolvimento desta atividade, entretanto não se pode deixar de considerar aspectos como:
• problematizar o assunto a ser investigado;
• registrar as hipóteses dos alunos sobre possíveis resultados;
• analisar os resultados e comparar com as previsões;
• discutir o porquê de resultados não previstos;
• relacionar o aprendido ao cotidiano dos alunos, isto é, deve permitir que ele o relacione com a leitura que faz do mundo.

Texto organizado pelas autoras tendo como fonte o livro: Um olhar comprometido com o ensino de ciências / Amélia Porto, Lízia Ramos, Sheila Goulart. - 1. ed. - Belo Horizonte : Editora FAPI, 2009.

Observação


Uma das estratégias mais difundidas para o ensino de ciências, mais especificamente para temas relacionados à biologia, à ecologia e matérias afins, é o uso da “observação de fenômenos”. A ideia básica é a de que se o aluno for capaz de identificar os fenômenos naturais por meio da observação, poderá assimilar mais facilmente os conteúdos a ele subjacentes.

Todos nós podemos descrever o que vemos ao observar determinado objeto. No entanto, é possível melhorar nossa percepção buscando detalhes no objeto observado.

A observação com fins educativos deve ser uma atividade intencional e planejada. Deve envolver perguntas específicas sobre os objetos enfocados e desenvolver cada vez mais a capacidade de análise do aluno. Exige, também, atenção e atitude reflexiva do observador.

Portanto, ao organizarmos atividades cujo objetivo principal seja a observação, precisamos:
• tornar claro o objetivo da atividade antes do início do trabalho;
• planejar com os alunos o desenvolvimento da observação;
• conduzir a atenção dos alunos para os detalhes e pontos importantes;
• conduzir a observação de modo a evitar a dispersão dos alunos.

A observação pode envolver ou não todos os sentidos. Ela pode ser realizada por meio do contato direto com o objeto de estudo: plantas, animais, lugares, enfim, tudo que for possível observar. Nesse caso, as impressões são obtidas com todos os sentidos. Pode-se, ainda, utilizar instrumentos especiais, como microscópio, telescópio, fotos, filmes, gravuras, observando indiretamente o objeto de estudo, para se obter, principalmente, impressões visuais sobre ele.

Outro aspecto a salientar é que, além das observações dirigidas, com roteiros previamente estabelecidos, deve-se dar à criança a oportunidade de observar livremente, seguindo seus próprios interesses e as habilidades de análise já desenvolvidas. Alertamos aos professores que, embora a observação seja uma estratégia de grande valia no ensino de ciências, existe o risco de que, em observações realizadas em aulas práticas ou trabalhos de campo, os alunos possam ver somente aquilo que estão preparados para ver, e não aquilo que, necessariamente, constitui o objetivo da observação.

Texto organizado pelas autoras tendo como fonte o livro: Um olhar comprometido com o ensino de ciências / Amélia Porto, Lizia Ramos, Sheila Goulart. -- 1. ed. -- Belo Horizonte : Editora FAPI, 2009.

Iniciação Científica


Nos anos iniciais do ensino fundamental, o trabalho com Ciências exige que se respeitem as especificidades da faixa etária. Embora o conhecimento científico aconteça de diversas formas e em diferentes ambientes, é na escola que os conceitos científicos são normalmente introduzidos de forma sistematizada. Durante um bom tempo e ainda hoje, de forma menos significativa, acreditou-se que a iniciação ao mundo da ciência só deveria ocorrer após o processo de alfabetização e iniciação matemática, ficando, portanto, o seu aprendizado postergado aos anos intermediários e finais do ensino fundamental. Entre as correntes que defendem essa posição, está aqueles que acreditam que o conhecimento científico é inacessível à compreensão das crianças, dada sua complexidade. Essa afirmação comporta não somente a incompreensão das características psicológicas do pensamento infantil, mas, também, a desvalorização da criança como sujeito social:
É importante, no entanto, que o professor tenha claro que o ensino de ciências não se resume à apresentação de definições científicas, em geral
fora do alcance da compreensão da criança. (BRASIL, 1997, p. 34).

Diferentemente do que muita gente pensa, isso não significa substituir os termos científicos ou inundar os textos com diminutivos na esperança de que as crianças entendam melhor. É importante não simplificar conceitos nem infantilizar. Os conhecimentos científicos têm para a vida das crianças grande importância, principalmente quanto às demandas sociais em decorrência do desenvolvimento tecnológico e científico. A criança constrói seus conceitos e apreende de modo mais significativo o ambiente que a rodeia, mediante a apropriação e a compreensão dos significados apresentados no ensino de ciências naturais.

Por outro lado, os alunos encontram não apenas dificuldades conceituais, mas enfrentam problemas no uso de estratégias de raciocínio e solução de problemas, próprios do trabalho científico, que precisam ser consideradas. As estratégias de ensino usadas nas aulas de ciências, assim como nas demais disciplinas escolares, devem ser planejadas de modo que as ideias, as teorias e o conhecimento que os alunos trazem com eles possam ser aproveitados, completados e desenvolvidos. A aprendizagem consistente de novos conteúdos requer mudanças conceituais similares àquelas observadas na produção do conhecimento científico em que hipóteses e teorias anteriormente vigentes são reformuladas ou substituídas, envolvendo rupturas e mudanças de rumo. Assim, durante o processo de aprendizagem, espera-se que, ao longo do tempo, o indivíduo abandone concepções inadequadas do ponto de vista científico e as substitua por concepções cientificamente aceitáveis.

Para que tais mudanças se efetuem efetivamente consideramos imprescindível que o ensino:
• estimule a participação do aluno;
• considere as experiências vivenciadas;
• possibilite a construção do conhecimento, mediante a produção de conflitos cognitivos em que o aluno perceba a inadequação de suas teorias atuais em relação aos problemas propostos, estimulando-o refletir, questionar, buscar informações, enfim, investigar;
• busque respeitar a organização interna da ciência sem desconsiderar a lógica do pensamento infantil, em que a aprendizagem de conceitos ocorre por etapas de estruturação progressiva, portanto, à proposição de problemas devem ser relevantes para os alunos e estarem relacionados a conhecimentos já apreendidos e em nível compatível com sua compreensão;
• crie condições para que o aluno se desenvolva e se aperfeiçoe de maneira integrada, contínua e progressiva ao longo de sua escolarização, pois o processo de aquisição de conhecimentos envolve etapas sucessivas de construção, desconstrução e reconstrução, em que as ideias iniciais são gradativamente complementadas, ampliadas, testadas, reformuladas, rejeitadas e substituídas, num processo complexo que se estende quase que indefinidamente;
• aborde os conteúdos de forma recursiva, reforçando a ideia de que os conhecimentos adquiridos na escola passam por um processo de construção e reconstrução contínua e não por etapas fixadas e definidas no tempo;
• selecione conteúdos que se articulam com as necessidades, experiências e vivências individuais e coletivas, próprias da idade;
• considere os conceitos estruturadores do ensino de ciências (diversidade, espaço e tempo, transformação dentre outros) como os articuladores dos conhecimentos que compõem as ciências naturais, buscando o estabelecimento de relações entre os diferentes conteúdos;
• associe teoria e prática;
• apresente um mesmo conceito em diferentes momentos e em diferentes níveis de elaboração ao longo do processo de escolarização, para que o aluno possa aprofundar e ampliar sua visão sobre o mundo científico.
Por outro lado, é desejável que várias estratégias e recursos didáticos sejam utilizados pelo professor. Cabe-lhe selecionar os conteúdos e as estratégias de ensino que serão utilizadas em sala de aula, pensando em situações para apresentar o problema inicial, como motivar o estudo do tema, verificar o que os alunos já sabem a respeito do tema ou outros conhecimentos a eles relacionados, que recursos utilizar para tornar a aula mais interessante e motivadora.

Coleção 1 - A experimentação como estratégia de ensino na iniciação científica


Iniciação científica nas séries iniciais

Iniciação Científica: um salto para a ciência

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/livro/livromm_I.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Ensinar as ciências na escola da educação infantil à quarta série.

Iniciação científica nas séries iniciais

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/flutuacao2_dc.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Aprendendo ciências de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental com o projeto ABC na Educação Cientifica – “A mão na massa”

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/ceuterra6.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
O céu e a Terra

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/estadfis9.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Abc na educação científica - a mão na massa - O ciclo da água na natureza

http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2011/11/mao-na-ciencia acessado em 15 de mar. de 2012
Mão na ciência - Almanaque traz mais de 50 experiências que podem ser adotadas por professores para complementar as atividades dos alunos em sala de aula ou feitas mesmo em casa e estimular a curiosidade pelos conceitos da física.

O ensino das ciências nas séries iniciais

http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/pesquisa.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
O papel da experimentação no ensino de ciências

http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/sim-curiosidade-426128.shtml acessado em 15 de mar. de 2012
As situações didáticas de Ciências

quinta-feira, 22 de março de 2012

Coleção 2- A observação e os diferentes eixos temáticos do ensino de ciências


Iniciação científica nas séries iniciais

Iniciação Científica: um salto para a ciência

Iniciação científica nas séries iniciais

Aprendendo ciências de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental com o projeto ABC na Educação Cientifica – “A mão na massa”

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/ceuterra6.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
O céu e a Terra

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/estadfis9.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Abc na educação científica - a mão na massa - O ciclo da água na natureza

Mão na ciência - Almanaque traz mais de 50 experiências que podem ser adotadas por professores para complementar as atividades dos alunos em sala de aula ou feitas mesmo em casa e estimular a curiosidade pelos conceitos da física.

O ensino das ciências nas séries iniciais

O papel da experimentação no ensino de ciências

As situações didáticas de Ciências

A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental: ações que favorecem a sua aprendizagem

A gestão da observação nas aulas de campo em Ciências

Coleção 1- A observação como estratégia de ensino na Iniciação científica


Iniciação científica nas séries iniciais

Iniciação Científica: um salto para a ciência

Iniciação científica nas séries iniciais

Aprendendo ciências de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental com o projeto ABC na Educação Cientifica – “A mão na massa”

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/ceuterra6.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
O céu e a Terra

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/estadfis9.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Abc na educação científica - a mão na massa - O ciclo da água na natureza

Mão na ciência - Almanaque traz mais de 50 experiências que podem ser adotadas por professores para complementar as atividades dos alunos em sala de aula ou feitas mesmo em casa e estimular a curiosidade pelos conceitos da física.

O ensino das ciências nas séries iniciais

O papel da experimentação no ensino de ciências

As situações didáticas de Ciências

A aula de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental: ações que favorecem a sua aprendizagem

A gestão da observação nas aulas de campo em Ciências

Coleção 2 - A experimentação e os diferentes eixos temáticos do ensino de ciências


Iniciação científica nas séries iniciais

http://tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/150744IniciacaoCient.pdf
Iniciação Científica: um salto para a ciência

Iniciação científica nas séries iniciais

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/flutuacao2_dc.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Aprendendo ciências de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental com o projeto ABC na Educação Cientifica – “A mão na massa”

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/ceuterra6.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
O céu e a Terra

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/estadfis9.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
Abc na educação científica - a mão na massa - O ciclo da água na natureza

http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2011/11/mao-na-ciencia acessado em 15 de mar. de 2012
Mão na ciência - Almanaque traz mais de 50 experiências que podem ser adotadas por professores para complementar as atividades dos alunos em sala de aula ou feitas mesmo em casa e estimular a curiosidade pelos conceitos da física.

http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-ensino-das-ciencias-nas-series-iniciais.htm acessado em 15 de mar. de 2012
O ensino das ciências nas séries iniciais

http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/pesquisa.pdf acessado em 15 de mar. de 2012
O papel da experimentação no ensino de ciências

http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/sim-curiosidade-426128.shtml acessado em 15 de mar. de 2012
As situações didáticas de Ciências

domingo, 18 de março de 2012