terça-feira, 19 de junho de 2012

Motivação e incentivo no processo de aprendizagem

Autoras

Lízia Ramos e Amélia Porto

Motivamos ou incentivamos os nossos alunos a aprender? É muito comum encontrarmos textos didáticos que usam a motivação e o incentivo como processos sinônimos. Preocupadas em desfazer esse mal entendido, esclarecemos: motivação – vem de motivo, que constitui um estímulo interno; incentivo, por outro lado, constitui um estímulo externo.

A motivação pode ser entendida como o aspecto dinâmico da ação: é o que leva o sujeito a agir, ou seja, o que o leva a iniciar uma ação, a orientá-la em função dos objetivos estabelecidos, a decidir o seu prosseguimento e finalização. É, portanto, o processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Pode ser entendida como um desejo, uma intenção, uma predisposição à ação; uma força propulsora que induz o sujeito a realizar atividades. Ao identificar e aproveitar o “motivo” que atrai a criança, aquilo que ela gosta ou se interessa, como meio de chamar-lhe a atenção ou seduzi-la como forma de engajá-la no ensino, o professor estará incentivando-a a aprender, ou privilegiando os interesses da criança no ato de ensinar.

Algumas sugestões de como despertar interesses ou incentivar o aprendizado:

·       Desafie o aluno a buscar o que deseja saber, incentivar a descoberta;

·       Desenvolva atitude investigativa que garanta o desejo de saber sempre mais;

·       Explore objetos que fazem parte do mundo físico e social do aluno, incentivando observações espontâneas e sistematizadas;

·       Use linguagem clara de fácil compreensão;

·       Proponha tarefas e exercícios adequados ao nível cognitivo do aluno, evitando atividades muito difíceis que ocasionem fracasso ou atividades muito fáceis que gerem desinteresse;

·       Discuta com o aluno o sentido prático do conhecimento, a importância, utilidade, o sentido que este tem para vida;

·       Articule e correlacione o que está sendo ensinado à realidade do aluno;

·       Apresente novos conteúdos a partir de situações problematizadoras;

·       Use procedimentos ativos de aprendizagem compatíveis com a faixa etária e o nível de desenvolvimento dos alunos;

·       Use atividades progressivas de dificuldade, incentivando a autosuperação gradual dos alunos;

·       Faça planejamentos de atividades ou projetos de ensino envolvendo a participação da turma, discutindo os objetivos a que se propõem;

·       Estimule a cooperação entre os membros da turma;

·       Informe regularmente os resultados alcançados, analise as dificuldades e avanços no decorrer do processo de construção do conhecimento.

Segundo Lima (2011), o professor deve descobrir estratégias, recursos  que façam com que o aluno queira aprender, deve fornecer estímulos para que o aluno se sinta motivado a aprender. Ao estimulá-lo, o educador estará desafiando-o à aprendizagem, buscando os motivos que provocam o seu interesse para aquilo que vai ser aprendido.

É fundamental que o aluno queira dominar alguma competência. O desejo de realização é a própria motivação, assim o professor deve fornecer sempre ao aluno o conhecimento de seus avanços, captando a atenção do aluno. LIMA (2011). http://espacoescolar.com.br/geral/a-importancia-da-motivacao-no-processo-da-aprendizagem/


Segundo a mesma autora, a motivação é um processo que se dá no interior do sujeito, embora, intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, estímulos externos ou incentivos, principalmente, vindos de seus professores e colegas, alertando que nas situações escolares, o interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do conhecimento.

Outras sugestões para o professor:

·       Planeje regularmente as suas aulas, selecionando e estruturando os conteúdos, utilizando recursos incentivadores e materiais adequados;

·       Diversifique as atividades propostas alternando atividades em grupo, em roda, em duplas e individuais;

·       Incentive seus alunos a avaliarem seu próprio trabalho;

·       Mantenha os alunos sempre ocupados evitando dispersão e indisciplina. Dentre outras.

Para finalizar, lembramos-lhe que cada classe é uma realidade com características próprias. Portanto, o melhor caminho a seguir, é uma escolha do professor, que não pode deixar de considerar as características inerentes ao seu grupo de trabalho. Para isso, use seus conhecimentos e sensibilidade, bom senso e intuição ao orientar e dirigir os trabalos em sala de aula.

Textos elaborados pelas autoras a partir das referências citadas.

Referências bibliográficas:

ABREU, Maria C. & MASETTO, M. T. O professor universitário em aula. São Paulo: MG Editores Associados, 1990.

 SOUZA, Klênio Antonio. http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=382acesso 11/05/2012.

 Relação professor X aluno. http://www.slideshare.net/profissionalizando/relao-professor-x-aluno-presentation  - acesso em 11/05/2012.

 A relação professor/aluno no processo de ensino aprendizagem - http://www.espacoacademico.com.br -  acesso em 11/05/2012.

 LIMA, Sandra Vaz. A importância da motivação no processo de aprendizagem - http://espacoescolar.com.br/geral/a-importancia-da-motivacao-no-processo-da-aprendizagem/  - acesso em 14/05/2005.

Sugestões de links:

http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/epv-praxis.php - Espaço práxis pedagógica – ver artigos publicados sobre Relação professor-aluno entre outros. Acesso em 14/05/2012.

Alguns artigos:

http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-praxis-pedagogicas/ARTIGOS%20E%20TEXTOS/vygotsky%20e%20o%20papel%20das%20interacoes%20sociais%20na%20sala%20de%20aula....pdf - Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo - João Carlos Martins. Acesso em 15/05/2012.




 http://transdisciplinaridade.wordpress.com/ - Transdisciplinaridade na escola. Acesso em 15/05/2012.

 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaColecao.html?id=372 – Educação e conservação da natureza. Acesso em 15/05/2012.

 http://www.parquedaciencia.com.br/sitemm/kits.asp - Projeto mão na massa. Acesso em 15/05/2012.


Interação professor/aluno no contexto escolar

Autoras

Lízia Ramos e Amélia Porto
Segundo o Aurélio “interação” quer dizer: ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas ou duas ou mais pessoas. Portanto, interação professor/aluno implica mutualidade, troca, entre pessoas diferentes. Segundo Souza, 2005:

Como humanos, procuramos nas relações com os outros, algo que nos falta. O aluno não vai à escola somente para aprender conteúdos, bem como o professor, que ao fazer opção pelo magistério, busca algo para além do profissional, também pessoal, da instância da emoção. [...] Portanto, o processo de aprendizagem pode ser beneficiado, quando professor e aluno buscam conhecimento mútuo de suas necessidades, têm consciência de sua forma de se relacionar e percebem as diferenças de cada um ao se relacionar com o outro. SOUZA, (2005)


 Desta forma, a análise da relação entre professor/aluno envolve interesses e intenções. Apesar da importância da existência de afetividade, confiança, empatia e respeito entre professores e alunos, para que se desenvolva a leitura, a escrita, a reflexão, a aprendizagem e a pesquisa autônoma, deve-se considerar também que os educadores não podem permitir que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever de professor. O valor pedagógico da interação professor/aluno é inegável, pois, mediante essas trocas, constrói-se o conhecimento. Nesse processo, o professor é aquele que incentiva, estimula, ativa e orienta a construção do conhecimento.  ABREU et MASETTO (1990: 115), afirma que

“é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade”.

Segundo Piaget, emoção e aprendizagem não andam separadas, mas alternam-se em uma mutualidade. Portanto, a relação do professor com o aluno é uma relação onde inúmeras emoções são suscitadas.  Para o professor, saber interpretar comportamentos de alunos assim como sua relação com os pais, a sociedade e eles mesmos é um instrumento importante no processo de aprendizagem. Segundo Souza (2005), o aluno, ao chegar na escola, traz de casa o autoconceito, e sua autoestima, a partir da relação que desenvolveu com os pais. O professor, em sala, deve repetir essa experiência, a fim de expandir seu autoconceito e melhorar sua autoestima. Segundo o mesmo autor:

 o professor apresenta-se à criança hierarquicamente mais poderoso, psicologicamente melhor estruturado e com recurso de linguagem mais amplo.  A criança encontra-se, portanto, em uma posição não inferior, mas numa posição mais frágil nessa relação, daí não se poder falar de relação de igualdade. São os diferentes se relacionando num mesmo espaço, onde o professor, melhor equipado, deve fornecer ao aluno, recursos de linguagem, de expressão de emoções e de expressões de sua dificuldade de aprendizagem, para que possa ajudá-lo. SOUZA, (2005)


Dentro desse contexto, a relação professor e aluno é uma relação de poder, na qual o professor, hierarquicamente mais poderoso, deve ser aquele que conduz o processo de ensino e aprendizagem, de forma amigável, estimulando, orientando, incentivando, reforçando e apontando falhas. A autoridade do professor, portanto, é um fato inerente à sua função. Entretanto, essa não é uma relação unilateral, pois a construção do conhecimento acontece mediante o diálogo. Professor e aluno trocam experiências. Mediado pelo professor, o aluno exerce sua atividade cognitiva sobre o objeto de estudo: observa, compara, analisa, constrói e testa hipóteses, classifica, ordena, localiza-se no tempo e espaço, deduz, avalia e julga.

Um dos aspectos a ser destacado na interação professor aluno é a disciplina, entendida aqui como um conjunto de normas comportamentais que podem ser impostas ou serem aceitas livremente pelo indivíduo, regulando o seu comportamento. Quando imposta, temos a heterodisciplina, ou seja, disciplina de fora para dentro. Quando aceita livremente, temos a autodisciplina. Quando construída mediante o diálogo entre professor e alunos, as regras e princípios elaborados tendem a ser mais eficazes, uma vez que passa a ser entendida como uma construção do grupo. São combinados que regem a interação entre os pares e o professor, essenciais à dinâmica em sala de aula.

Algumas sugestões para o desenvolvimento da autodisciplina:

·       Analise e discuta as normas propostas coletivamente, acatando sugestões quando pertinentes, estimulando a participação de todos nesse processo;

·       Privilegie os procedimentos que promovam o autoconceito positivo dos alunos;

·       Evite repreensões em público que possam causar constragimentos, descartando a prática de “rótulos”, usando sanções que de fato sejam educativas e estejam relacionadas ao objeto da repreensão;

·       Justifique as regras propostas e suas necessidades como elementos reguladores de ações no processo interativo;

·       Considere e respeite a história pessoal de cada aluno ao repreendê-lo, explicando-lhe a inadequação de sua conduta.

É muito comum ouvirmos de professores que, evitam atividades de grupo em sala de aula, ou saídas de sala para trabalho de campo, por considerá-las, equivocadamente, como causadoras de indisciplina. Não podemos confundir participação ativa dos alunos no processo de construção de conhecimento, em que a troca de experiências e o diálogo entre os pares se fazem necessários, como indisciplina escolar. A participação ativa dos alunos em sala de aula, e a redução da indisciplina são estimuladas quando:

·       As atividades propostas envolvem desafios que exijam esquemas cognitivos de natureza operativa;

·       São propostos jogos e trabalhos em grupo que exigem interação entre os participantes;

·       As atividades propostas exigem a expressão oral, o falar e o ouvir, formular hipóteses ou externar opiniões e dúvidas;

·       As tarefas são distribuídas e as funções de cada um são preestabelecidas, exigindo comprometimento e responsabilidade no cumprimento das mesmas;

·       As ações docentes são expressas com clareza e sua orientação de conduta junto à turma expresse atitudes seguras expostas e exigidas de forma compreensiva.

Os motivos que levam uma criança a aprender, podem ser os mesmos que a conduzem à não aprendizagem. A busca de prestígio junto ao professor e ao grupo de colegas, ser percebido pelo professor e pelos pais, sentir-se assistido, exigindo cuidados individuais são alguns exemplos. Portanto, estar atento às respostas dos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem é outro fator relevante na interação professor /aluno.

Segundo Souza (2005)

A criança aprende para atender à expectativa do professor de aprendizado dela, como também não aprenderá para não atender à essa expectativa, numa tentativa de chamar a atenção ao professor para diversas dificuldades que não sejam propriamente cognitivas, como a dificuldade de socialização, dificuldade de adaptação, ou dificuldade de satisfazer as exigências dos pais. O não aprender pode ser um grito de socorro que a criança faz ao professor, para que esse a ajude. SOUZA (2005)  http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=382

 Portanto, para que o professor possa de fato constituir-se um elemento agregador no processo de ensino e aprendizagem dos seus alunos é importante que conheça os seus alunos, saiba um pouco da história de cada um e os motivos reais que movem o seu ato de aprender, procurando incentivá-los nesse processo. Sua relação com o aluno depende fundamentalmente do clima estabelecido nessa relação, da sua empatia com o grupo, da sua capacidade de dialogar, refletir e discutir, de analisar e compreender os seus alunos, criando pontes entre o seu conhecimento e o conhecimento que constitui a bagagem cultural de cada um deles. Educá-los para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos mesmos e a sua formação cidadã, incutindo-lhes a consciência de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.


Atividades de pesquisa convencional e ou via internet e a interação professor/aluno


Autores

Amélia Porto, Lízia Ramos e Marco Silva

 A pesquisa como recurso didático

 A pesquisa é um recurso didático utilizado quando se pretende adquirir ou mesmo ampliar as informações que já se tem sobre determinado assunto.

 Existem diferentes tipos de pesquisa, como a pesquisa de campo, que se caracteriza pela busca de informação no próprio local, mediante observação direta; a pesquisa de opinião, que investiga as preferências das pessoas; a pesquisa histórica, que busca informações sobre o passado; e outras.

 As pesquisas podem ser realizadas de forma individual, em grupo ou coletivamente.

 Para a realização de uma pesquisa é preciso que se tenha claro o assunto que se deseja pesquisar. Após essa definição, é necessário elaborar um planejamento, que varia de acordo com o tipo de pesquisa a ser feita.

 Uma forma de pesquisa muito utilizada ultimamente é a busca pela internet. Ela exige, no entanto, paciência e concentração, para não se perder pelos muitos endereços oferecidos pelo resultado da busca. O ideal é que se procure em portais de busca mais conhecidos e, em um primeiro momento, que sejam abertos endereços que contenham sites que abordem diretamente o assunto pesquisado.

 Professor, no caso da pesquisa escolar, para que a interação professor/aluno seja mais profícua, sugerimos as seguintes etapas que devem ser compartilhadas com os alunos:

• definição dos objetivos da pesquisa;

• definição do número de participantes (será individual, em grupo, ou coletivamente?);

• distribuição das tarefas entre os participantes, incluindo a redação final do trabalho;

• seleção das fontes de pesquisa (busca de informação mediante observação direta ou indireta, consulta a livros, enciclopédias, dicionários, jornais, revistas, filmes, internet, fotografias, CD-ROM);

• elaboração do cronograma da pesquisa.

O papel do professor é determinante na orientação e acompanhamento de pesquisas realizadas em grupo. Cabe ao professor orientar o aluno na:

·        análise do que foi pesquisado, sugerindo que elimine as repetições e as contradições;

·        seleção das ilustrações, definição dos títulos e subtítulos;

·        inclusão dos dados de identificação do trabalho, como o nome dos participantes, escola, série, data;

·        organização das referências bibliográficas consultadas na realização da pesquisa.


Pesquisa via internet

 Felizmente o uso da internet e das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) é uma realidade cada vez mais presente na educação brasileira. Segundo o Ministério da Educação, 58700 (cinquenta e oito mil e setecentas escolas) escolas públicas no Brasil já possuíam internet em alta velocidade, a chamada banda larga, nos primeiros meses de 2012.

 Na utilização dessa ferramenta professores e alunos são aprendizes. Nas trocas com os pares e com os alunos todos aprendem. Entretanto, uma questão preocupante que vem acompanhando o advento e a popularização do uso de computadores pessoais e da internet é o fato de que muitos estudantes vêm reproduzindo fielmente o conteúdo de sites e mídias digitais em seus trabalhos sem muitas vezes realizar uma leitura aprofundada e crítica destes conteúdos.


No intuito de levar os estudantes a realizarem trabalhos escolares de boa qualidade, apresentamos uma sequência de sugestões que o professor pode utilizar para orientá-los. Neste caso, as orientações são voltadas para a realização de pesquisas escolares via internet. Entretanto, cabe ressaltar que alguns princípios podem ser adaptados e adotados também no caso de pesquisas que utilizem outras ferramentas como os livros, jornais e revistas que chamaremos de convencionais. Além disso, trabalhos escolares podem se valer de ferramentas das TIC’s e das ferramentas convencionais simultaneamente. 

 Os princípios listados a seguir envolvem a interação professor/ aluno. O professor como aquele que incentiva, oferece situações de ensino e aprendizagem desafiadoras e que coordena e faz mediação entre o aluno e o objeto de conhecimento. O aluno como aquele que precisa construir sua autonomia em relação à busca do conhecimento e sua formação ética e cidadã. 

 Orientações úteis na realização de um bom trabalho utilizando a internet para professores e alunos

1.     Pesquisar em sites confiáveis. Para isso, é importante:

·        Oferecer indicações de sites aos alunos.

·        Identificar os responsáveis pelo site para avaliar o seu grau de confiabilidade.   

·        Contrapor as informações disponíveis com as oferecidas em outros sites para avaliar a veracidade das mesmas.

·        Certificar quais são as fontes citadas pelo (s) autor (es) do site ao fazer alguma afirmação importante.

2.     Não fazer simplesmente uma cópia de textos referentes ao tema pesquisado. Este artifício não traz nenhum aprendizado e leva ao desperdício de um tempo precioso.

3.     Jamais anexar informações que não foram lidas ao trabalho apenas para dar volume ao mesmo. Um bom trabalho não se mede pelo número de páginas.

4.     Ler todo material pesquisado. Fazer anotações e pequenos resumos do que achar mais importante.

5.     A partir das informações levantadas, escrever um texto com as próprias palavras resumindo todo o assunto pesquisado e o que foi aprendido. Se possível, pedir a outra pessoa para ler o texto produzido e apresentar a sua opinião, crítica e sugestão. Uma opinião diferente pode ajudar a melhorar o próprio trabalho e, sobretudo, o aprendizado.

6.     Citar as fontes de onde foram retiradas as imagens utilizadas como fotos, caricaturas, mapas, charges, etc. É importante que estas imagens tenham legendas. Utilizar aspas para reproduzir frases de terceiros identificando de onde foram retiradas.

7.     Ter cuidado com os erros de ortografia e gramaticais. Para evitá-los, fazer sempre uma correção. Para isso, o corretor ortográfico do programa do computador pode ser útil. Entretanto, é preciso estar atento, pois ele nem sempre é suficiente. Pedir auxílio de outras pessoas e consultar uma gramática se possível.

8.     Seguir as orientações dadas, caso o trabalho seja digitado, sobre a fonte e tamanho da letra a ser utilizados. Caso não haja essa orientação, os padrões mais utilizados são arial ou times new roman (tamanho 12) para os textos. Com títulos e subtítulos em negrito, nos tamanhos 16 e 14, respectivamente.

9.     Organizar cuidadosamente o trabalho. Um trabalho bem organizado facilita a compreensão dos leitores. Além disso, ao organizar o trabalho, também estamos organizando nossas ideias. Um bom trabalho pode apresentar, na maioria das vezes, a organização a seguir.

1º - Capa - todas as informações necessárias para identificar o trabalho como, por exemplo, nome do autor ou autores, turma, título do trabalho, nome do professor, disciplina, cidade, data, etc.

2º - Índice - lista de assuntos abordados no trabalho.

3º - Introdução – explicação rápida do que foi abordado no trabalho.

4º - Desenvolvimento - é a explicação do trabalho em si. A parte mais importante. Neste caso, o texto produzido conforme sugerido no item 5 (cinco).

5º - Conclusão ou considerações finais: deve conter o ponto de vista do autor ou autores sobre o assunto e uma conclusão pessoal finalizando.

6º - Referências: O endereço eletrônico de todos os sites consultados, bem como o dia em que foram acessados cada um deles. Este procedimento é importante já que muitos sites são atualizados, modificados ou podem não estar mais disponíveis quando outra pessoa for consultá-lo.

       10. A estética é muito importante em qualquer trabalho. Ela causará uma boa impressão a todos que lerem o trabalho. Por isso, é importante fazer o trabalho com bastante capricho.

Cabe ressaltar que as dicas supracitadas, são apenas orientações que podem ser ampliadas, alteradas ou adaptadas de acordo com as suas intenções pedagógicas e a realidade de seus alunos.

No processo ensino e aprendizagem, o professor precisa estar atento a estas questões. As atividades desenvolvidas por meio dos recursos da informática precisam levar em conta o nível de familiaridade e letramento dos estudantes. O próprio uso destas ferramentas contribui para que o estudante adquira um letramento no meio digital. “É utilizando que se aprende a utilizar.” Entretanto, deve se estar atento para o tipo de assistência que os estudantes demandam. Em certos casos, quando são principiantes, é necessário que sejam orientados prioritariamente sobre o manuseio do computador, os passos apropriados para navegação e as possibilidades que o mundo digital pode oferecer. Superadas esta fase, quando o aluno já não demonstra dificuldades em utilizar as ferramentas das TIC’s o professor pode priorizar a pesquisa, os processos de interação e comunicação, enfim, o universo de possibilidades que o mundo digital pode trazer ao processo ensino e aprendizagem.


A interação professor/aluno nas situações em que se faz uso da internet

 Inicialmente, é preciso considerar professor e aluno como parceiros no domínio dessa ferramenta, considerando que o letramento digital é recente em nossas escolas. Por isso é importante que o professor:

·        Motive seus alunos para o assunto a ser estudado.

·        Leve em consideração seus conhecimentos prévios sobre o tema e a estratégia a ser utilizada para busca de informação. Isso significa considerar procedimentos para busca de informação e construção do conhecimento como conteúdos de ensino. Se o professor propõe que seus alunos realizem pesquisas via internet ele precisa ensinar os alunos a utilizar essa ferramenta. E essa aprendizagem pode ocorrer durante a realização das pesquisas propostas.

·        Faça uso da palavra quando perceber que suas explicações contribuirão para o aluno avançar na construção do conhecimento. 

·        Oportunize ao aluno relacionar o assunto pesquisado com a sua experiência anterior.

·        Crie situações em que o aluno possa perceber a interdisciplinaridade dos conteúdos em estudo.

·        Reflita com os alunos sobre a importância da alternância na composição dos grupos para conhecer os colegas e vivenciar atitudes diferentes.

·        Reflita com os alunos sobre a importância de respeitar e fazer respeitar as diferentes opiniões e usar vocabulário que seja claramente compreendido.

·        Promova reflexões para que o aluno se conscientize da importância do uso da internet, de maneira responsável para promoção da sua inclusão social.

 A interação professor/aluno ocorre em um processo dinâmico e envolve situações de formação dos alunos como pessoas ativas, capazes de construir o seu conhecimento.



Segundo CHAUÍ:

Ao professor não cabe dizer “faça como eu”, mas “faça comigo”.  O professor de natação não pode ensinar o aluno a nadar na areia  fazendo-o imitar  seus  gestos,  mas  leva-o  a  lançar-se  n’água em  sua  companhia  para que  aprenda  a  nadar lutando contra as ondas, fazendo seu corpo coexistir com  o  corpo  ondulante  que  o acolhe  e  repele, revelando que o diálogo do aluno não se trava com seu professor de natação, mas com a água.

(CHAUI, Marilena de Souza. “Ideologia e educação” In: Revista Educação e Sociedade n.5. São Paulo: Cortez Editora/Associados, p.39, 1980.)


 Cabe ao professor a coordenação, a definição de objetivos de forma responsável e compartilhada de modo a estimular o aluno, criando uma relação de respeito mútuo e organização metodológica do seu trabalho.














Trabalhar em grupo: uma alternativa de socialização do saber



Autoras:

Lízia Ramos, Amélia Porto e Sheila Goulart


Professor, ao utilizar o trabalho em grupo na sala de aula, esteja ciente de que não está apenas aplicando mais um recurso didático que propicia a construção do conhecimento; mas um poderoso instrumento formador de hábitos de estudo e atitudes sociais, como o respeito a diferentes opiniões, a colaboração, a responsabilidade para cumprir as tarefas propostas, a organização do tempo e o estabelecimento de regras para uma boa convivência.

 As atividades em grupo são usadas nas aulas de ciências para a realização de experimentos, trabalho de campo, observações, pesquisas, estudos, dentre outros. Esse tipo de trabalho estimula a participação, desenvolve a argumentação, facilita a circulação de informações e de sugestões, pois permite a troca de ideias e opiniões, possibilitando a prática da cooperação para a consecução de um fim comum. Assim, o trabalho em grupo contribui de maneira especial para a socialização das pessoas, exigindo atenção diferenciada na interação professor/aluno e aluno/aluno.

Ao trocar experiências com o grupo, o aluno organiza o pensamento para exprimir suas ideias de forma que se faça compreendido por todos. Ele fala, ouve os seus pares, analisa, sintetiza e expõe ideias e opiniões, questiona, argumenta, justifica, avalia.

 Nas primeiras atividades em grupo, é importante que o aluno esteja atento às suas orientações, pois há muito a aprender em relação a esse tipo de trabalho. Você pode sugerir os objetivos do trabalho, as instruções para a organização do grupo, a forma de exigir o cumprimento das tarefas por todos os componentes, para evitar sobrecarga para alguns e ociosidade de outros, bem como orientá-lo na seleção da bibliografia adequada, quando se fizer necessária.

 Posteriormente, a atividade pode se tornar mais autônoma, e nesse caso o aluno terá oportunidade de agir com maior independência na busca de informações, nas estratégias de ação, no planejamento e no controle do trabalho, na divisão de tarefas, bem como na seleção e na confecção do material e registros, reservando ao professor a coordenação dos grupos.



A formação do grupo poderá ser aleatória, por meio de sorteio, por exemplo, ou os grupos podem ser formados de acordo com os interesses dos alunos. Quando houver necessidade, você pode interferir nessa formação procurando equilibrar os grupos, permitindo que os alunos se ajudem na aprendizagem.37

 De qualquer maneira, é imprescindível que você supervisione na composição do grupo de trabalho. É importante que o aluno seja estimulado a trabalhar com o maior número possível de colegas para que possa conhecer diferentes pessoas e o modo de ser de cada uma delas, e que, em caso de grupos que estejam produzindo aquém do esperado, trocas sejam efetuadas sem, contudo, evidenciar a questão.

 O trabalho em grupo pode ser desenvolvido tendo apenas um tema a ser pesquisado por toda turma; entretanto, é interessante, também, que cada grupo pesquise um tema diferente e o apresente a todos os colegas. Outro aspecto importante é a programação dos encontros: dia, hora, local, quando se tratar de um trabalho mais extenso. O ideal, contudo, é que se dê preferência aos trabalhos com tempo de realização em sala de aula e/ou na própria escola, facilitando o deslocamento e o acesso a uma bibliografia mais diversificada: livros, revistas, jornais e sites e outras fontes que tratem sobre o tema.

 Durante a preparação do trabalho, o grupo deve selecionar as informações, as ilustrações, assim como confeccionar o material a ser utilizado na apresentação. Quando se tratar de trabalho de pesquisa com apresentação, deve-se organizar o material necessário e selecionar o conteúdo, procurando dar ênfase a informações que complementem e aprofundem o tema em estudo.

 Promova espaços para avaliação do grupo e da atuação dos seus membros usando inclusive a autoavaliação. É importante que essa avaliação seja individual, pois, desse modo, cada participante pode refletir sobre sua disposição em ajudar, sobre a colaboração na execução, a responsabilidade para cumprir a tarefa determinada pelo grupo, o interesse pelo trabalho e o comportamento adequado, respeitando as opiniões dos colegas. Durante o trabalho, é importante respeitar o ritmo das crianças, evitando pressões que possam prejudicar-lhes a qualidade. Entretanto, elas devem ser orientadas para que evitem conversas paralelas sem, contudo, inibir a participação espontânea.

 A apresentação final do trabalho dependerá da natureza dele. Nas atividades experimentais, por exemplo, o procedimento mais usado é o relatório do experimento e os resultados alcançados que, posteriormente, devem ser confrontados com os resultados de outros grupos para se chegar a uma conclusão da turma. Quando se trata de trabalho de campo, geralmente, além dos relatos e exposição de materiais que tenham sido coletados para observações, podem ser utilizados murais e a produção de cartazes e/ou folhetos que divulguem a experiência vivenciada.



A avaliação e a autoavaliação envolve a interação professor/aluno e aluno/aluno nos grupos de trabalho


Autores

Marco Silva, Amélia Porto e Lízia Ramos

 Entendemos que o aprendizado se dá num processo de interação entre as pessoas e, por isso, é importante propostas de trabalhos coletivos e sua avaliação. Ao trabalhar em grupo, os estudantes têm oportunidades de desenvolver atitudes cooperativas, aprendem a reivindicar a participação dos colegas e a participar de forma responsável. Nessas atividades, também aperfeiçoam a capacidade de dialogar ouvindo e respeitando a opinião dos colegas e argumentando em favor das suas.

 Entretanto, em uma atividade de grupo proposta pelo professor, é importante que se tenha muito cuidado ao se avaliar a participação de cada componente. Em um processo de avaliação compartilhada, é interessante que os próprios estudantes também assumam a responsabilidade pelo processo avaliativo.

 Desse modo, os estudantes devem ser orientados a avaliar a si próprios e aos colegas. A autoavaliação é a forma que cada um tem de interpretar seu próprio desempenho. De acordo com as intenções pedagógicas do professor, o aluno pode pautar a sua autoavaliação em relação às suas atitudes, habilidades e ao desenvolvimento intelectual.

 O exercício da autoavaliação por parte do aluno é fundamental no sentido de ajudar o próprio aluno a perceber seus pontos fortes e suas dificuldades. Na medida em que a turma desenvolve trabalhos em grupo, é importante que cada estudante saiba qual é a avaliação do grupo sobre o seu desempenho e aprenda também a avaliar os seus colegas.

 Para facilitar a autoavaliação, o estudante pode ser orientado a se fazer perguntas como as que seguem.

1. Participei ativamente nos encontros do grupo para a realização do trabalho?

2. Tratei com respeito meus colegas, professores e colaboradores durante a realização do trabalho?

3. Respeitei os horários e a organização para a preparação do trabalho?

4. Qual foi o aprendizado significativo que tive com esta atividade?

5. O que preciso melhorar?


Para conseguir avaliar o esforço e a dedicação de cada um dos seus componentes, sugerimos que cada aluno de um grupo de trabalho considere questões como as listadas a seguir.

1. O colega respeitou os demais membros do grupo de trabalho?

2. Foi frequente aos encontros?

3. Participou ativamente dos encontros para organização do trabalho?

4. Respeitou os horários e a organização dos encontros?

5. Tratou com respeito os colegas de grupo, professores e colaboradores?

6. Executou as tarefas definidas pelo grupo com empenho?

 As avaliações do grupo são referências importantes para que o estudante saiba como os demais colegas perceberam a sua participação. Esse tipo de informação é importante para o seu crescimento pessoal. Além disso, auxilia o professor a perceber melhor as relações que o estudante estabelece com os colegas e o compromisso com a sua aprendizagem.