O Trabalho de Campo
Autores: Elair
Martins e Amélia Porto
Entre as diversas estratégias
utilizadas para o ensino de Ciências Naturais, Geografia e outras áreas do conhecimento nos anos iniciais do Ensino Fundamental, destacamos
o trabalho de campo.
Segundo Bianca Bibiano (2010)
Relacionar
os temas estudados em sala com o que ocorre fora dela é algo que deve estar no
radar de todos os professores. Entre as formas de realizar essa tarefa, uma das
mais consagradas é o trabalho de campo, presente em disciplinas como Ciências,
História e Geografia. No caso dessa última, uma das intenções principais é
levar a turma a compreender a paisagem cultural (a união de elementos naturais
e construídos pelo homem em determinado espaço), entendendo as relações
biológicas, sociais e econômicas que a estruturam. (BIBIANO. Revista Nova Escola. Edição 235. Set. 2010).
O trabalho de campo constitui uma
estratégia de extrema utilidade, pois permite a aproximação do conteúdo
trabalhado em sala de aula com o
cotidiano do aluno ou com a realidade percebida pelo mesmo no seu espaço de
convivência. Outra vantagem é transplantar para o espaço geográfico
conhecimentos adquiridos em sala de aula, através de atividades práticas que
permitem uma vivência diferente no processo de ensino e aprendizagem.
A
amplidão dos espaços, a diversidade de lugares, a observação de objetos e de
elementos no espaço real, possibilitados pelo trabalho de campo contrasta com a
restrição espacial das salas de aulas, tornando mais prazerosas as atividades
de aprendizagem que utilizam essa estratégia de ensino.
O
trabalho de campo diferencia-se da excursão, passeio, visita em diversos elementos:
.
A sensibilização pré-campo
Nesse momento sensibiliza-se o aluno sobre o tema que pode
ser uma situação-problema ou conceitos abordados em sala de aula, que tem
possibilidade de serem verificados in
loco. O aluno é estimulado a vivenciar de maneira diferente o aprendido em
sala de aula, aguçando a participação na atividade.
.O
planejamento
Identificar o local, delimitar os elementos a serem
observados, fazer pesquisa prévia sobre o assunto, verificar recursos materiais
e financeiros, devem ser alvos de um projeto escrito, que inclusive busque uma
abordagem multidisciplinar, e que envolva outros agentes da comunidade escolar.
As instruções para os alunos devem ser claras e detalhadas e aspectos práticos
devem ser abordados:
ü o
que vestir;
ü o
que levar;
ü combinados
relacionados a maneira de agir em um trabalho e campo;
ü os
horários a serem observados e a duração do trabalho, etc.
O conhecimento prévio do local de realização do trabalho de
campo pelo professor, bem como suas características é
fundamental para o sucesso da atividade.
.A
saída a campo
Com base no planejamento, sem ser inflexível, procurar
realizar o trabalho dentro do que foi estabelecido anteriormente. O número de
alunos deve ser adequado à atividade. A divisão em grupos facilita a dinâmica
de realização, favorece a troca de experiências e a orientação das atividades.
Em grupos grandes a dispersão é comum e as atividades ocorrerem de forma
fragmentada, dificultando a concretização dos objetivos propostos. O cumprimento dos
horários e atividades pré-programadas é fundamental para o sucesso da
atividade.
.O
pós-campo
Além do relatório de campo, o trabalho de campo deve gerar
algo material (um mapa, um relato, uma exposição de fotografias, um mural,
etc.) que marque para a turma, para a escola ou para a comunidade o momento
vivido, e sirva de registro da atividade. Proposições práticas sobre o tema
estudado devem ser estimuladas. Por exemplo, se os alunos observaram no campo a
contaminação de um rio ou curso d’água por esgotos, incentive que a turma
escreva um documento para as autoridades solicitando providências sobre o
problema.
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