A utilização de modelos é mais uma maneira de estabelecer a relação
teoria-prática, visto que estes podem oferecer uma forma de conceber o realismo
científico sem, no entanto, identificá-los com as formas mais ingênuas, que
acabam por propor as teorias científicas como imagens refletidas da realidade.
No campo educacional, a confecção de modelos mais simples é aceitável na
medida em que seu principal objetivo é facilitar a compreensão, porém,
sujeitando-se a uma fundamentação teórica relevante.
Astolfi e Develay (2001, p.103), referindo-se ao uso de modelos, afirmam
“o trabalho didático sobre a modelização não se opõe ao trabalho experimental,
mas sim o complementa”.
Segundo Paz et al. (2006, p.144)”A ciência contemporânea produz a cada
momento mais e mais modelos, por exemplo DNA, átomo e outros, assegurando uma
melhor compreensão do mundo em que vivemos”.
Diante dessas afirmações, o professor de Ciências sente-se seguro ao
fazer uso de modelos, maquetes, esquemas, gráficos, os quais fortalecem suas
explicações teóricas e proporcionam assim, uma melhor compreensão da realidade
por parte dos alunos. No entanto, é muito importante que o aluno entenda que
modelo é uma representação, um meio aproximativo sobre o qual se pode
raciocinar, manipular, observar, mas que não é a realidade. Segundo Pietrocola
(1999, p.12)
Ao construirmos
modelos exercita-se a capacidade criativa
com objetivos que transcendem o próprio universo escolar. A busca de
construir não apenas modelos, mas modelos que incrementem nossas formas de
construir a realidade acrescentam uma mudança de qualidade ao conhecimento
científico escolar.
Com o incentivo à construção de modelos anatômicos pretende-se que o
aluno associe volume, tamanho, localização das estruturas a serem apreendidas,
e dessa forma, consiga desenvolver conceitos próximos da realidade,
possibilitando uma aprendizagem significativa. Moreira (1997. p 10) ilustra
este aspecto citando que
Os modelos
mentais das pessoas podem ser deficientes em diferentes aspectos, talvez
incluindo elementos desnecessários, errôneos ou contraditórios. No ensino, é
preciso desenvolver modelos conceituais e também materiais e estratégias
instrucionais que ajudem os aprendizes a construir modelos mentais adequados.
O maior desafio é tornar o ensino de Ciências significativo e
instigante, capaz de levar o aluno a construir seu conhecimento científico.
Segundo Bondia (2002, p.21) “pensar [...] é, sobretudo, dar sentido ao que
somos e ao que nos acontece”. Para que o pensamento científico faça parte do
aluno como uma prática cotidiana, para que seja verdadeiramente um exercício da
práxis, é necessário que a Ciência esteja ao seu alcance, que o conhecimento
tenha sentido, ou seja, que possa ser utilizado na compreensão da realidade.
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