sexta-feira, 13 de abril de 2012

O uso de modelos no ensino de Ciências Naturais



A utilização de modelos é mais uma maneira de estabelecer a relação teoria-prática, visto que estes podem oferecer uma forma de conceber o realismo científico sem, no entanto, identificá-los com as formas mais ingênuas, que acabam por propor as teorias científicas como imagens refletidas da realidade.

 No campo educacional, a confecção de modelos mais simples é aceitável na medida em que seu principal objetivo é facilitar a compreensão, porém, sujeitando-se a uma fundamentação teórica relevante.

 Astolfi e Develay (2001, p.103), referindo-se ao uso de modelos, afirmam “o trabalho didático sobre a modelização não se opõe ao trabalho experimental, mas sim o complementa”.

 Segundo Paz et al. (2006, p.144)”A ciência contemporânea produz a cada momento mais e mais modelos, por exemplo DNA, átomo e outros, assegurando uma melhor compreensão do mundo em que vivemos”.

 Diante dessas afirmações, o professor de Ciências sente-se seguro ao fazer uso de modelos, maquetes, esquemas, gráficos, os quais fortalecem suas explicações teóricas e proporcionam assim, uma melhor compreensão da realidade por parte dos alunos. No entanto, é muito importante que o aluno entenda que modelo é uma representação, um meio aproximativo sobre o qual se pode raciocinar, manipular, observar, mas que não é a realidade. Segundo Pietrocola (1999, p.12)



Ao construirmos modelos exercita-se a capacidade criativa  com objetivos que transcendem o próprio universo escolar. A busca de construir não apenas modelos, mas modelos que incrementem nossas formas de construir a realidade acrescentam uma mudança de qualidade ao conhecimento científico escolar.


Com o incentivo à construção de modelos anatômicos pretende-se que o aluno associe volume, tamanho, localização das estruturas a serem apreendidas, e dessa forma, consiga desenvolver conceitos próximos da realidade, possibilitando uma aprendizagem significativa. Moreira (1997. p 10) ilustra este aspecto citando que


Os modelos mentais das pessoas podem ser deficientes em diferentes aspectos, talvez incluindo elementos desnecessários, errôneos ou contraditórios. No ensino, é preciso desenvolver modelos conceituais e também materiais e estratégias instrucionais que ajudem os aprendizes a construir modelos mentais adequados.

                                                               
O maior desafio é tornar o ensino de Ciências significativo e instigante, capaz de levar o aluno a construir seu conhecimento científico. Segundo Bondia (2002, p.21) “pensar [...] é, sobretudo, dar sentido ao que somos e ao que nos acontece”. Para que o pensamento científico faça parte do aluno como uma prática cotidiana, para que seja verdadeiramente um exercício da práxis, é necessário que a Ciência esteja ao seu alcance, que o conhecimento tenha sentido, ou seja, que possa ser utilizado na compreensão da realidade.


   


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