quarta-feira, 16 de maio de 2012

Importância da leitura no processo de ensino e aprendizagem


          Nas últimas décadas, principalmente a partir do desenvolvimento das ideias construtivistas no processo de construção do conhecimento, muito se tem escrito e falado da qualidade da leitura como elemento indispensável ao processo de aprendizagem. Não basta ler; é essencial que, além da decodificação do código da escrita, a leitura tenha significado para o leitor, o que envolve outros processos, como compreensão e interpretação do que está sendo lido, atribuindo-lhe sentido. Um leitor competente deve reconhecer as palavras e seus significados, ser capaz de identificar e corrigir erros gramaticais ou ortográficos, estar habilitado para sintetizar o conteúdo do que lê discutindo com competência e identificando as ideias principais, estabelecer conexões com ideias de outras fontes e, assim, chegar às conclusões. Portanto, para ler com competência, é necessário saber transformar as informações em conhecimento.

           A leitura feita de forma significativa nos permite internalizar informações de uma forma mais estruturada e adquirir a capacidade de ver as coisas com novos sentidos, novas perspectivas, constituindo-se, também, uma nova forma de apropriação da realidade na qual estamos inseridos. Assim, independentemente do tipo de leitura que façamos, seja de natureza informativa ou não, ela estabelece uma relação com o mundo real, despertar-nos o imaginário e a criatividade, colocando-se como mediadora entre as pessoas, facilitando a interação.

           O primeiro passo para a realização de uma boa leitura é procurar um local tranquilo, onde se possa concentrar no que se está fazendo. Ao iniciar-se uma leitura, deve-se procurar selecionar as palavras de cujos significados se tenha dúvidas e, posteriormente, recorrer ao dicionário em busca daqueles que lhes deem maior sentido no contexto lido. Deve-se identificar, também, a parte principal e a conclusão do autor e verificar se concorda com o que foi lido. Para ler bem um livro científico, o ideal é iniciar pela capa e pela folha de rosto, verificando se o título dá pistas sobre a leitura que será realizada. Posteriormente, observar o nome do (a) autor (a). Ele soa familiar? Outra característica importante para identificar o conteúdo do livro é relacioná-lo com as referências bibliográficas. Além disso, é importante prestar atenção no sumário, sabendo, assim, quais conteúdos serão abordados.

          Discutir com outras pessoas as ideias abordadas na leitura pode ajudar a verificar se as conclusões tiradas estão corretas, bem como apreender ideias diferentes. Se for uma leitura difícil, leia várias vezes; isso permitirá compreender melhor o texto. Ao encontrar expressões especializadas (de biologia, astronomia, química, por exemplo), deve-se procurar conhecer e anotar o significado delas. Assim, além de enriquecer o vocabulário, haverá uma correta interpretação da leitura.

           Leituras de jornais, revistas, histórias em quadrinhos e de livros de literatura podem ser realizadas de forma mais descontraída, uma vez que esse tipo de leitura, normalmente, é utilizado como forma de entretenimento. É importante atentar-se, no entanto, para a compreensão das ideias principais abordadas naquilo que se está lendo. A leitura de histórias em quadrinhos é muito importante para se aprender a relacionar a imagem com a linguagem. As imagens servirão de dicas para que se compreenda o que está sendo lido, bem como para ajudar a desenvolver o prazer pela leitura.

          Professor: compete a você incentivar nos alunos o hábito da leitura, a ação reflexiva, o desenvolvimento do senso crítico e do raciocínio lógico. Deixe claro, também, que a leitura, além de enriquecer o vocabulário, aprimora a escrita e proporciona momentos prazerosos e possibilita novas descobertas, gerando novos conhecimentos não apenas nas pesquisas escolares, mas, principalmente, na vida social.

Textos informativos e ensino de ciências


          Em sala de aula, os textos informativos constituem um dos recursos mais acessível, concreto e próximo da realidade dos alunos. Ele é definido como aquele que “busca informar, produzir alterações no nível de conhecimento do receptor” (PEREIRA, 1993, p. 10).

           A leitura é uma das atividades privilegiadas pelo professor em sala de aula. Mas o que se observa frequentemente é que esse trabalho vem acompanhado de “pergunta-resposta”: o aluno lê o texto e, a seguir, responde às perguntas solicitadas pelo professor, possibilitando apenas a localização de informações. Dentre outros aspectos, a dificuldade apresentada pelos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, no que se refere à leitura e à compreensão de textos utilizados no ensino de ciências, leva ao entendimento de que a abordagem de textos em aulas de ciências merece uma metodologia na qual devem ser repensadas: “o que” e “como” as atividades de leitura são propostas. Esse é o ponto de partida para buscar estratégias de leitura que, efetivamente, auxiliem os alunos a compreender o texto lido e a desenvolver o espírito crítico e a autonomia.

          A compreensão do texto pode ser entendida como um processo interativo que implica a construção do sentido do texto. Quando o aluno faz a leitura de um texto, e apreende seu significado, as conexões que estabelece podem contribuir para reavaliar suas ideias a respeito do assunto. Desde os anos iniciais, deve ser proporcionado aos alunos o contato com os mais variados tipos de textos informativos, a fim de incentivar a leitura e propiciar a compreensão desses textos para o ensino de ciências:

É importante que o aluno possa ter acesso a uma diversidade de textos informativos, pois cada um deles tem estrutura e finalidade próprias. Trazem informações diferentes, e muitas vezes divergentes, sobre um mesmo assunto, além de requererem domínio de diferentes
habilidades e conceitos para sua leitura (BRASIL, 1997, v.4, p. 124)


          Para conhecer o assunto e a linguagem empregada no texto, avaliando-lhes a adequação ou não aos alunos, é importante que o professor leia o texto previamente, fazendo os ajustes necessários ao uso da linguagem dele em sala de aula. Há textos cuja terminologia usada vem desacompanhada de explicações e há textos em que os termos científicos utilizados são explicados. No primeiro caso, é importante o conhecimento dos conceitos relativos aos termos empregados. No segundo, as exigências de pré-requisitos são menores para o domínio conceitual do leitor.

46        Livros infantojuvenis, paradidáticos, artigos de jornais e revistas, gráficos e tabelas, folhetos informativos de vacinação, lixo reciclável, cólera, Aids, bem como textos da mídia informatizada, enriquecem o assunto em estudo e servem de fonte para a coleta de diferentes informações sobre um mesmo assunto. Artigos de jornais e revistas voltados para o público adulto, ao serem utilizados em sala de aula, exigem cuidados especiais, como leitura pelo professor seguida de explicações ou seleção de trechos, legendas das ilustrações para serem lidas pelos alunos. Já os textos apropriados ao público infantil, depois de uma leitura prévia pelo professor, podem ser lidos integralmente pelas crianças sob a orientação e incentivo do mesmo. Essas práticas, seguidas de discussão em sala, além de ampliar os conhecimentos dos alunos, desenvolvem habilidades essenciais à formação de um leitor crítico e reflexivo. Portanto, cada texto escolhido tem uma estrutura e finalidades próprias, exigindo diferentes habilidades.

          Professor, assim, ao selecionar um texto para ser utilizado em sala de aula, é necessário que verifique:

• a adequação do texto ao tema em estudo, analisando se as informações contidas nele atendem às necessidades dos alunos;

• quais os conhecimentos são pré-requisitos para compreendê-lo e se os alunos os possuem;

• a qualidade das informações, observando se os conceitos abordados estão apresentados corretamente.

Textos organizados pelas autoras: Lízia Maria Porto Ramos e Amélia Pereira Batista Porto. Fonte: Um olhar comprometido com o ensino de ciências / Amélia Porto, Lízia Ramos, Sheila Goulart. Belo Horizonte: Editora FAPI, 2009.

Sugestão de link sobre o assunto

Leitura de textos informativos feita pelo professor. Disponível em:




Concepção de ciência, Princípios da investigação científica e ciência escolar


          A validade dos avanços científicos, seja do ponto de vista prático, seja do filosófico, vem sendo colocada em questão em diversas situações. Por outro lado, muitas vezes, acredita-se firmemente que o conhecimento científico é exato, neutro e o mais benéfico para a humanidade. A primeira posição peca por ser pouco fundamentada, enquanto a segunda já não se justifica, em nossa época, pela ingenuidade. Permeando essas duas concepções aparentemente antagônicas, existe o percurso histórico do conhecimento científico. Concebemos a ciência como a construção do conhecimento científico em um processo histórico, contextualizado em um tempo e espaço definidos, e, portanto, suscetível a mudanças. Entendemos que os conceitos científicos são elaborados pelo ser humano diante de suas necessidades concretas de existência e que, nesse processo de construção, cada novo conhecimento gera conflitos, exige escolhas.

          Assim, por ser uma construção humana, uma forma simbólica criada pelo homem, contém as contradições inerentes ao ser humano.

           A construção do conhecimento científico acompanha a história da humanidade e, ao longo do tempo, tem se organizado em torno de alguns princípios:

• Constitui-se em uma produção humana de domínio público, que não se confunde com palpite ou opinião e pode ser confirmado e/ou negado por outros pesquisadores.

• Caracteriza-se por uma estrutura sistemática traduzida em sistemas de classificação, diagramas, gráficos, tabelas, conjuntos de leis ou pressupostos teóricos.

• Utiliza instrumentos específicos, indo além dos sentidos humanos, produzindo conhecimento de longo alcance tanto para o infinitamente grande como para o infinitamente pequeno.

• É econômico, uma vez que permite generalizações por meio de conceitos unificadores que devem ser mantidos em aberto, possibilitando alterações quando novos conhecimentos as exigem.

• Permite, numa leitura matemática, a mensuração da realidade por meio de medidas (de tempo, temperatura, distância entre outras), transformando qualidades em quantidades.

• É uma realidade que articula dialeticamente teoria e instrumentos num processo de criação mental e material que se efetiva em determinado espaço social.

• Exige dos pesquisadores a definição do objeto da ciência a ser investigado para fazer avançar o conhecimento de determinado aspecto da realidade.

           Explicitada a concepção de ciência e dos princípios da investigação científica, fazemos algumas considerações: embora a identificação entre a “ciência dos cientistas” e a “ciência da escola” pareça de fácil compreensão, lembramos que, tendo como referência o conhecimento científico, a disciplina de ciências ensinada na escola exige “transposição didática”.

          A transposição didática refere-se a um processo em que o saber científico passa por uma série de transformações e adaptações até constituir-se em “saber ensinado”. Isso ocorre porque o conhecimento científico, ao se transformar em conteúdo escolar, sofre um processo de descontextualização e transformação para tornar-se um conteúdo a ser aprendido no contexto escolar. A ciência escolar, portanto, não se identifica integralmente com o conhecimento científico, uma vez que esse conhecimento deve ser submetido a um processo de transformação para que possa ser apreendido pelas crianças.

          Ao pensar o ensino de ciências, a primeira questão que se apresenta é a importância que os conhecimentos científicos têm para a vida das crianças, principalmente quanto às demandas sociais em decorrência do desenvolvimento tecnológico e científico. Sabe-se que a criança constrói seus conceitos e apreende de modo mais significativo o ambiente que a rodeia, mediante a apropriação e a compreensão dos significados apresentados no ensino de ciências naturais. Embora o conhecimento científico aconteça de diversas formas e em diferentes ambientes, é na escola que os conceitos científicos são normalmente introduzidos de forma sistematizada. Por outro lado, os alunos encontram não apenas dificuldades conceituais, mas enfrentam problemas no uso de estratégias de raciocínio e solução de problemas, na leitura e interpretação de textos próprios do trabalho científico, que precisam ser consideradas.

           As atividades de ensino empregadas nas aulas de ciências, assim como nas demais disciplinas escolares, devem ser planejadas de modo que as ideias, as teorias e o conhecimento que os alunos trazem para a escola, possam ser aproveitados, completados e desenvolvidos. A aprendizagem consistente de novos conteúdos requer mudanças conceituais similares àquelas observadas na produção do conhecimento científico em que hipóteses e teorias anteriormente vigentes são reformuladas ou substituídas, envolvendo rupturas e mudanças de rumo. Assim, durante o processo de aprendizagem, espera-se que, ao longo do tempo, o indivíduo abandone concepções inadequadas do ponto de vista científico e as substitua por concepções cientificamente aceitáveis.

 Textos organizados pelas autoras: Lízia Maria Porto Ramos e Amélia Pereira Batista Porto. Fonte: Um olhar comprometido com o ensino de ciências / Amélia Porto, Lízia Ramos, Sheila Goulart.  Belo Horizonte: Editora FAPI, 2009.

Sugestão de link sobre o assunto

MOÇO, Anderson. Iniciação científica nas séries iniciais. Disponível em:






Tecnologia da Informação e Comunicação e o Ensino de Ciências Naturais


Texto relativo a Coleção:  O uso do vídeo em diferentes situações de aprendizagem

                                                                                                          Amélia Porto - Lízia Ramos

           A sociedade globalizada é marcada pelo domínio da imagem, propagada pelos mais diversos meios de comunicação, que apresenta aos nossos olhos, um mundo virtual onde tudo parece acessível. Nessa ótica, os conceitos tradicionais perdem espaço, e novas formulações teóricas buscam explicar, questionar e direcionar um espaço dominado pela virtualidade e possível de ser acessado por todos ao mesmo tempo.  À luz de uma era marcada pelo avanço da tecnologia e pela valorização da imagem e movimento, a utilização de vídeos no processo de ensino e aprendizagem em Ciências Naturais, inova a prática metodológica e dinamiza a apreensão dos conceitos pelos alunos.  O vídeo é uma tecnologia com grande potencial para uso na educação, capaz de apoiar o desenvolvimento de habilidades mentais e a aquisição de conhecimentos específicos, além de trazer à sala de aula realidades distante dos alunos. Torna-se assim um instrumento que possibilita aguçar o olhar do aluno sobre os fenômenos naturais e o mundo onde ele vive.

Com a popularização das tecnologias de informação e dos meios de comunicação, abre-se um campo com possibilidades maiores para a utilização de recursos audiovisuais que podem ser trabalhados em sala de aula, como apoio didático ou como estratégia de avaliação de determinado tema ou conteúdo.

 A linguagem audiovisual apresenta muitas possibilidades de utilização didática. Os vídeos possibilitam, entre outros aspectos, um olhar interior sobre determinada questão e a análise do que foi observado além de fornecer ao aluno subsídios para o debate de determinado tema favorecendo a elaboração de comparações com o seu cotidiano ou sua realidade. Na elaboração do trabalho o professor deve estar atento também à temática escolhida, à linguagem que deve ser adequada ao ciclo trabalhado. Qualquer que seja a atividade escolhida, o trabalho de sensibilização anterior é fundamental para o seu desenvolvimento satisfatório.

            A introdução das TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) no ensino, e em particular, no ensino das Ciências Naturais, origina uma mudança nos papéis de todos os participantes do ensino e aprendizagem. Esta mudança, quando incorporada pelo professor, pode trazer solução para alguns problemas que acompanham o ensino como

·        a melhoria da sua qualidade;

·        o combate à indisciplina e ao insucesso;

·        o despertar da motivação;

·        o desenvolvimento de competências.

             Dentro dessa perspectiva o professor passa de um expositor do conteúdo para o de mediador da aprendizagem do aluno. Nesse processo o papel do aluno também sofre algumas alterações:

·        seu sentido crítico fica mais apurado;

·        amplia sua capacidade de análise e síntese;

·        torna-se mais autônomo.

             Tanto o professor quanto o aluno aprendem a utilizar de forma mais hábil e eficiente as novas tecnologias, constroem conhecimento, solucionam problemas reais, tornam-se consumidores e produtores de informação e editores daquilo que produzem.

             Os teóricos apontam como prioridade no ensino de Ciências

·        resolução de problemas autênticos;

·        confronto de pontos de vista;

·        análise crítica dos argumentos apresentados;

·        discussão dos limites de validade de conclusões alcançadas;

·        saber formular novas questões;

·        pesquisa e atividades experimentais;

·        trabalho colaborativo;

·        abordagem interdisciplinar de temas contemporâneos;

·        compreensão das inter-relações entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade.

               Nesta perspectiva, o uso da tecnologia na sala de aula é uma ferramenta útil para atingir as prioridades do ensino das ciências contribuindo para que o aluno passe a explorar com mais autonomia as maneiras de procurar, selecionar, analisar e discutir informação.

 Referências

LIMA, Rafaela. O vídeo na sala de aula: breve reflexão a partir das contribuições de Mario Kaplún e Paulo Freire. Disponível em: www.aic.org.br/metodologia/o_video_na_sala_de_aula.pdf - Acesso em 14/05/2012.

MORAN, José Manuel. O Vídeo na Sala de Aula. Artigo publicado na revista Comunicação & Educação.São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995.

MORAN, José Manuel. Vídeos são instrumentos de comunicação e de produção. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/videos.htm - Acesso em 14/05/2012.

Sugestão de leitura sobre o assunto

FINGER, Johanna Emile; SILVEIRA, Jonathan dos Santos; PINHEIRO, Soraia Gracelides. Recursos tecnológicos como estratégias de aprendizagem no ensino de ciências e biologia. Disponível em:
http://www.webartigos.com/artigos/recursos-tecnologicos-como-estrategias-de-aprendizagem-no-ensino-de-ciencias-e-biologia/17705/ - Acesso em 15/05/2012.



Algumas reflexões sobre o uso de vídeos com objetivos didáticos

Texto relativo a Coleção:  O vídeo como estratégia para motivar e sensibilizar os alunos para o tema a ser explorado

Amélia Porto
Lízia Ramos

             O uso de vídeos em sala de aula pode ser um excelente recurso didático, mas é importante que se tenha muito claro o que se quer com a apresentação desse recurso e que função ele terá no desenvolvimento da aula.

             Os vídeos mesmo quando produzido com objetivos didáticos, não são uma aula, mas, sim, um recurso que você pode utilizar para explorar situações como as listadas a seguir.  

·        Motivar e sensibilizar os alunos para o assunto a ser estudado.

·        Levantar o conhecimento prévio.

·        Complementar as informações.

·        Visualizar um fenômeno difícil de ser observado no dia a dia.

·        Enriquecer o tema em estudo.

·        Fechar um estudo realizado.

             Independente da forma em que será usado é necessário que o aluno tenha clareza do que se deseja com o vídeo.

             Os vídeos comportam temas e conteúdos diversos. Entretanto, o professor nunca deve exibir um vídeo ao qual não tenha assistido, ainda que seja uma sugestão dos alunos. Sempre que for utilizar um vídeo, deve verificar, dentre outros aspectos, a adequação legal de idade, para se resguardar de acusações indesejadas.

             O professor, ao assistir aos vídeos, deve estudá-los e usá-los em momentos apropriados, pois eles servem de coleta de informações, de observação de experimentos, de entendimento da interação ambiental entre os seres vivos e outros fenômenos difíceis de observar no cotidiano.

             Para que se tenha a eficiência desejada, sugerimos as seguintes orientações:


·        Planejamento e preparação: refere-se ao planejamento de como explorar um vídeo já escolhido e à pesquisa de vídeos que possam ampliar o repertório do grupo ou que complemente conteúdos específicos do currículo com objetivos determinados, buscando possíveis temas para serem discutidos.

·        Apresentação e exibição: antes da exibição, é importante informar ao grupo apenas os dados referenciais dos vídeos. Pode-se incluir, também, curiosidades sem, contudo, atribuir juízo de valor. É importante justificar o uso do vídeo e estar atento às reações do grupo durante a exibição. Após a exibição, se julgar necessário, algumas cenas podem ser reprisadas para que o grupo reveja determinados aspectos antes não observados ou elementos gerais, como ações, diálogos, efeitos, expressões, sons, dentre outros.

·        Discussão e reflexão: inicialmente discutir com os alunos sobre o que viram e deixar que apresentem as observações deles. Após ouvir os relatos, pode-se esclarecer dúvidas, chamando-lhes a atenção para convergências e divergências apresentadas.

·        Conclusão e avaliação: uma síntese final poderá ser realizada retomando os objetivos da atividade e relacionando-os com o conteúdo desejado; podem ser sugeridas leituras complementares, outros vídeos que contenham assuntos semelhantes, sites de pesquisa ou desenvolver outras atividades.

Referências
MORAN, José Manuel. Vídeos são instrumentos de comunicação e de produção. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/videos.htm - Acesso em 14/05/2012.

PORTO, Amélia; RAMOS, Lízia; GOULART, Sheila. Um olhar comprometido com o ensino de ciências. Belo Horizonte: Editora FAPI, 2009.



Sugestões de leitura sobre o assunto


MARTINHO, Tânia; POMBO, Lúcia. Potencialidades das TIC no ensino das Ciências Naturais –um estudo de caso. Disponível em:
http://www.saum.uvigo.es/reec/volumenes/volumen8/ART8_Vol8_N2.pdf - Acesso em 14/05/2012.


POLATO, Amanda. Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula. Disponível em:

http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml - Acesso em 15/05/2012.